Friday 9 August 2013

Tempo de gravidez: a matemática mais inexata entre todas as inexatidões


Esse é o tipo de conversa para iniciados. Novatos, como eu, acham tudo muito errado e confuso. Ou ficamos confusos por achar errado, ou é errado, e isso acaba nos confundindo?

A pergunta é aparentemente simples: quanto tempo dura a gravidez humana (estamos levando em conta uma gestação sem riscos e que caminhe normalmente do primeiro ao último dia)?


Meu querido, minha querida: tenho 99% de certeza que 99% de vocês ou disseram 9 meses ou 40 semanas, não foi? Afinal é o que a gente aprende na escola. Assim como aprendemos que a anta demora 14 meses pra nascer, o cachorro, dois, e o rato, apenas 21 dias.

Mas a vida real nos traz surpresas, amigos. Para começo de conversa, é “vendida” a idéia de que nove meses e 40 semanas são a mesma coisa. Não são! Enquanto esse representa 280 dias, aquele dura em média 275. Há ainda a turma que faz a conta do mês lunar, que seria composto por quatro semanas de sete dias, totalizando 10 meses, ou as 40 semanas já citadas. Um amigo que se acha sabichão explica isso com o argumento de que o período de gestação termina ao fim do mês em que se fechou o nono mês. Eu não entendi muito bem o que ele quis dizer com isso, mas arrisco que o amigo que se acha sabichão se referia ao início do décimo mês. Não o condeno, porque a coisa é complicada mesmo.

E o pior, a complicação não para por aí. O mito dos nove meses ou 40 semanas ganha o ar de maluquice quando você descobre que a gravidez é contada a partir do primeiro dia do último período menstrual da mulher.

Espera um pouquinho. Mulher não engravida quando está naqueles dias... Então como é possível ela estar grávida sem estar? Você acredita que li em algum lugar que é isso mesmo? A mulher está grávida sem estar. Claro que é uma péssima justificativa.

Em outro texto, a explicação apontada é de que isso facilita a conta do médico. Então as 40 semanas, na verdade, referem-se a aproximadamente 38, com alguma margem de erro para mais ou para menos, já que não é possível saber o dia exato da fecundação. E aí entra uma outra lenda. Duvido que ao menos 60% dos casais não saibam exatamente o dia em que fizeram seus bebês. Rsrsrsrs. No meu caso, é impossível saber. Mas faço parte da minoria, se é que me entende.

Concluindo, a conta correta a se fazer seria a dos 260 dias ou 37 semanas ou 8,6 meses, período iniciado a partir do dia em que houve a fecundação de fato, que se dá por volta do fim da segunda semana em que o período menstrual teve início.


Mas daí me vem outra informação que joga no ralo toda essa matemática confusa e inexata. A gravidez humana, segundo um outro site (peço desculpas ao leitor por não dar as referências da forma mais apropriada), dura entre 253 e 303 dias, o que dá entre 8,5 e 10 meses.

Enfim,acertar o tempo que a gravidez de sua mulher vai durar é igual a pesquisa eleitoral: as margens de erro devem ser generosas!

Monday 5 August 2013

Ainda bem que a mãe natureza tem seus truquezinhos


Outro dia escrevi sobre as incertezas que me preocupavam nesse caminho rumo à paternidade.

Desde que Barbora (o nome da minha mulher é Barbora mesmo. Não é Barbara, nem Barbosa. É Barbora! Com o "O" no lugar onde estamos acostumados a ver "A") anunciou que estava grávida, os sentimentos mudaram bastante.

Se antes via a mudança como um impedimento na realização de um tanto de coisas que desejava, hoje já nem me preocupam mais aquelas coisinhas. Passar um ano descobrindo o meu Eu interior na Índia? Esquece, mano. Viver a vida louca em Nova York? Quem sabe na próxima vida.

Estou bem mais otimista. Hoje, quero saber é da saúde e alegria do meu filhão que está por vir. Chego até a estar feliz. É! Para ser honesto, estou feliz da vida. Feliz pra caral** (eu sei que não se fala palavrão em blog de família, mas é que eu estou feliz pra caralho mesmo). Deve ser algum truque da mãe natureza que nos faz ficar nesse estado de animação, mesmo que a realidade da paternidade nos dê mais motivos para preocupações do que o contrário.

Duvida? Dá só uma olhadinha no vídeo abaixo.

Ainda bem que a mãe natureza tem seus truquezinhos!

Wednesday 31 July 2013

Sobre foco de atenção e o que não falar para as crianças

Essa vida de grávido realmente dá um foco na vida. Minhas atenções estão bastante voltadas para coisas ligadas aos pequenos. É como comprar um carro novo. Antes de possuí-lo, são "poucos" rodando por aí com aquela caranga. Mas depois que fecha a compra, poutz grilo, parece que era só você que não tinha aquela carroça.

Pra falar a verdade não é bem assim não. O negócio é bem mais divertido. Em vez do pensamento negativo, você pensa alguma coisa do tipo: "como é que só eu ainda não tenho um filho?"

E nesse foco infantil que me toma de assalto, leio todos os posts que de alguma forma estejam relacionados a crianças. O último foi sobre uma lista sobre as 10 coisas que não devemos dizer a elas, sob o risco de influenciá-las negativamente. E isso a gente não quer, não é mesmo?

Minha sobrinha Silvinha, que tem um pai e uma mãe que instintivamente seguem as orientações listadas abaixo


Então vamos lá:

1 – Não rotule seu filho de pestinha, chato, lerdo ou outro adjetivo agressivo, mesmo que de brincadeira. Isso fará com que ele se torne realmente isso.

2 – Não diga apenas sim. Os nãos e porquês fazem parte da relação de amizade que os pais querem construir com os filhos.

3 – Não pergunte à criança se ela quer fazer uma atividade obrigatória ou ir a um evento indispensável. Diga apenas que agora é a hora de fazer.

4 – Não mande a criança parar de chorar. Se for o caso, pergunte o motivo do choro ou apenas peça que mantenha a calma, ensinando assim a lidar com suas emoções.

5 – Não diga que a injeção não vai doer, porque você sabe que vai doer. A menos que seja gotinha, diga que será rápido ou apenas uma picadinha, mas não engane.

6 – Não diga palavrões. Seu filho vai repetir as palavras de baixo calão que ouvir.

7 – Não ria do erro da criança. Fazer piada com mau comportamento ou erros na troca de letras pode inibir o desenvolvimento saudável.

8 – Não diga mentiras. Todos os comportamentos dos pais são aprendidos pelos filhos e servem de espelho.

9 – Não diga que foi apenas um pesadelo e mande voltar para a cama. As crianças têm dificuldade de separar o mundo real do imaginário. Quando acontecer um sonho ruim, acalme seu filho e leve-o para a cama, fazendo companhia até dormir.

10 – Nunca diga que vai embora se não for obedecido. Ameaças e chantagens nunca são saudáveis.

Thursday 25 July 2013

Aprenda sete maneiras de conversar com seu filho sobre peso

EcoD
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A abordagem equivocada pode tornar as crianças obsessivas com sua aparência
Foto: Tiago Cata
A obesidade é um tema universal. No Brasil, o problema está crescendo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 indicam que, em 20 anos, os casos de obesidade mais do que quadruplicaram entre crianças de 5 a 9 anos, chegando a 16,6% (meninos) e 11,8% (meninas) - uma em cada três crianças estava acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
Em novembro de 2012, o blog Simplificando, aqui do EcoD, mostrou o documentário Muito Além do Peso, lançado em novembro de 2012 e que aborda a obesidade infantil. Estela Renner, responsável pela direção do trabalho, revela que já há no Brasil uma geração de crianças condenadas a morrer cedo ou ter problemas de saúde em função de maus hábitos alimentares.
De acordo com o documentário (clique aqui para assistir), 56% dos bebês brasileiros com menos de um ano de idade tomam refrigerantes. Um terço das crianças brasileiras está acima do peso ou obesa: 33% têm obesidade, sendo que quatro de cada cinco delas deverão manter-se nessa condição até o fim da vida.
É comum questionar-se como conversar sobre problemas com o peso, sobretudo quando o assunto é tratado com os filhos. Para facilitar esta comunicação, a BBC Brasil solicitou a ajuda de especialistas para listar recomendações para o caso. A abordagem equivocada pode tornar as crianças obsessivas com sua aparência, ou mesmo provocar nelas distúrbios alimentares, como a anorexia.

Aprenda a conversar sobre o problema:

1) Comunique-se - Alguns pais acreditam que quanto menos falarem sobre determinados assuntos com seus filhos, melhor. Não é bem assim! O ideal é que não haja barreiras na comunicação com as crianças. O peso de um jovem é motivo de preocupação, mas isso é volátil e pode ser temporário. Considere a transição para a idade adulta, pois o índice de gordura corporal chega a dobrar, devido as transformações do corpo.
2) Trate o assunto com leveza - Um pai ou uma mãe nunca deve entrar em pânico se seu filho (a) lhe perguntar se está gordo (a), de acordo com Paul Gately, professor de exercício e obesidade na Leeds Metropolitan University, na Inglaterra. "A reação pode levar os filhos a pensar: o que eu fiz?". Também não tente fingir que nada está acontecendo, pois isso pode acabar fazendo com que a criança perca a confiança em seus pais. Ouça tudo o que o jovem tem a falar sobre o assunto - ele precisa expôr seu ponto de vista da maneira como se sente mais à vontade.
3) Mostre a seu filho o quanto ele é especial - Cada vez mais crianças e adolescentes estão preocupados com a aparência e com isso até deixam a infância de lado. Mary George, integrante de uma entidade que trata crianças com distúrbios alimentares, acredita que o segredo é mostrar o quanto eles são especiais. "Encoraje-o em outras áreas – diga o quanto eles são generosos, caridosos, felizes, o que vai tirar a atenção do peso".
4) Nunca faça piadas - Ao fazerem uma piada sobre o peso do filho, os pais podem afetá-los por toda a vida. Esqueçam os apelidos como "gordinha", "baleia"... A dica serve também para o marido que faz piadas sobre o peso de sua esposa, ou vice-versa.
5) Seja moderado em relação à própria aparência - Pesquisas mostram que a criança é afetada pela imagem que a mãe faz de si mesma e como ela trata a comida, afirma a psicóloga Amanda Hills. "É crucial que a mãe nunca fale que esteja de dieta. Diga algo como: Mamãe não vai comer essa batata porque já terminou de crescer". A psicóloga alerta também para o fato de que os pais nunca devem montar um prato com alimentos diferentes dos que oferecem a seus filhos, pois, assim, podem confundi-los.
6) Estimule seus filhos a aprender com os próprios erros - Se uma criança está preocupada com seu peso, crie uma situação para que ele conserte seus próprios erros. Os jovens precisam ganhar autoconfiança e aperfeiçoar suas próprias competências. Uma opção é estimular os filhos a para praticar um exercício físico sem focar no sobrepeso.
7) Monte uma agenda nutricional - De acordo com Andrew Hill, especialista no assunto, as crianças consomem de 60% a 70% de sua ingestão calórica diária em casa. A chave para a questão é aconselhar as crianças sobre como definir prioridades em alimentos e ensiná-los os que são mais saudáveis. A rotina nutricional pode auxiliar os jovens em suas escolhas com o passar dos anos, até quando eles forem responsáveis por suas próprias escolhas.

Wednesday 24 July 2013

Filhotes de celebridades e o quase inevitável ciclo do nascer, crescer, reproduzir e (bom, o resto fica pra depois)

Essa é uma época engraçada para se ter um filho. Muitos de meus amigos e familiares acabaram de ter os seus (suas) primogênitos(as) ou estão a caminho de tê-los. Um ou outro parte para o segundo. Definitivamente é a hora para comprar ações da Johnson, poorque certamente o consumo de fraldas descartáveis, band aid e methiolate vão aumentar. rs


Mas o mais engraçado é a atenção que alguns bebês ganham na mídia. Meses atrás, o filho da Shakira e do Pique foi notícia no mundo todo por ser filho de Shakira e Pique. Ontem, o mesmo, só que com mais intensidade, aconteceu com Kate e Willian, do Reino Unido. Com 13 dias de atraso, o terceiro na linha de sucessão da coroa britânica nasceu. Era algo em torno de 4 da tarde, horário local. Simon McCoy, repórter da BBC, mostrou toda a sua "satisfação" pela "significativa" cobertura que fazia do episódio. Veja no vídeo abaixo:



Mas a notícia definitiva está no Diário do Centro do Mundo, um site que as vezes acerta na sua análise. Aí vai:

". Uma mulher casada, em idade de ter filhos, deu à luz um menino.
. O acontecimento se deu após nove meses de gravidez.
. Ambos, mãe e criança, passam bem.
. Espera-se agora que o bebê cresça."

Monday 22 July 2013

O que esperar quando você está esperando

Hoje é 18 de maio de 2013, 23h53. Não pra você, claro. No seu calendário, hoje é 22 de julho. Mas por razões de “saúde e segurança”, os casais não costumam anunciar que estão esperando um bebê até que se complete as cabalísticas 12 semanas de gravidez. E nós, de acordo com minhas contas, ainda estamos na sexta (não esqueça q hoje é dia 18/5). Então se você está lendo este post, mesmo que seja com dez semanas de atraso, quer dizer que as coisas estão bem e o neném entrou no quarto mês de gestação. No fim das contas o que importa é a notícia de que Barbora e eu (mais ela do que eu) estamos fabricando o(a) primeiro(a) Belda Andrade Camargo da face da Terra.

Já aviso que não sou eu na foto. Posando de macho, está Thomas Beatie, mais conhecido como o "primeiro homem grávido". Na verdade, Thomas é um transsexual, que já foi casado com uma mulher e que hoje é pai de três crianças.
Se estou feliz?

Preciso ser honesto, né? E honestamente falando, sinto-me muito mais assustado do que qualquer outra coisa (lembre-se sempre que isso vale não para hoje, dia 22/7, mas para 18/5). Sentir-se responsável – ou parcialmente responsável – por uma outra pessoa é pesado, ainda mais para alguém que nunca antes sentiu o “chamado mágico” da paternidade, como já ouvi por aí. O pior é que não ajudou em nada ter acabado de assistir “O que esperar quando você está esperando”. Rsrsrsrs

Imagino que para alguém que não tem e nem está esperando um filho, o drama seja uma bela comédia. Mas para um homem que, assim como eu e os personagens do filme, está no caminho da paternidade, a comédia acaba se transformando em um verdadeiro drama, com passagens aterrorizantes. Afinal, nos colocamos no lugar de futuros pais que estão se borrando de medo e cheio de dúvidas quanto ao futuro - acho melhor já comprar as primeiras fraldas (pra mim). Ou que sofrem com o humor nada amigável da mulher. Ou com o fato de que em alguns meses todas as contas da casa serão 100% responsabilidade sua. Oh louco, meu!

Mas o que realmente me intriga nesse lance todo é que, apesar de todas as reclamações de pais sobre a nova situação, a maioria diz que isso é a melhor coisa do mundo.

O que eu espero agora que estou esperando? Justamente isso, que a experiência seja a melhor do mundo.

#gravidez #paternidade #maternidade #filhos